quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Nara, por sua vez, percebia todo o movimento do rapaz. E não entendia bem. Houve até uma tarde em que ela lia um livro, sentada num banco no bosque do colégio, quando ele veio em sua direção. Sem olhar, ela percebeu. “Deve ser bom esse livro, hein?” Ela olhou para ele. E ele, meio sem jeito, continuou: “É que você está tão concentrada...” Ela sorriu, mas ainda sem dizer nenhuma palavra. “Que livro é?” E ela lhe mostrou a capa. O livro era de um autor francês e Marcos ficou ainda mais interessado pela moça. É que ele só lia autores nacionais, exceto pela poesia de Fernando Pessoa, que ele já sabia de cor, e por um ou outro livro que lhe tivessem sido indicados pelos amigos. Tudo em Nara parecia convidá-lo para um mundo novo. E mais que isso, para um mundo novo que ele queria. Mas, depois de ver a capa do livro, o máximo que conseguiu foi dizer: “Ah, não conheço.” E se retirou.
Na noite daquele dia, ele não conseguiu dormir direito. Sonhou coisas desconexas, ficou agitado todo o tempo. Não sonhou nenhuma vez com Nara. Mas sabia que toda aquela agitação tinha a ver com ela de alguma maneira. A confirmação veio no dia seguinte.
Estavam todos os alunos do colégio na lanchonete comemorando o final das aulas. Nara viu quando Marcos se aproximou. Ele havia lido em algum lugar que os sentimentos são mais fortes e sinceros quando nem sequer podem ser traduzidos em palavras. Ainda de cabeça baixa, ele disse: “Vou tentar te dizer, sem palavras, o que estou sentindo.” E então ele olhou nos olhos dela procurando expressar tudo aquilo que não sabia explicar. Ela ficou ali parada, tentando compreendê-lo. E, de repente, ela estendeu a mão.

Cena 10 – COREOGRAFIA + GRAVAÇÃO – Música “Les Polês”
-          Movimento retilíneo com foco.

Cena 11 – ENQUANTO OUVER SAUDADE

Eu tenho saudades de amores, de pessoas que passaram em minha vida, tenho saudades de meu pai, as vezes me pego a pensar no meu pai... Mas logo a saudade vai embora só de pensar que terei que escutar e resolver tantos problemas que tenho preguiça. Tenho saudades de coisas, pessoas, momentos que não mais voltarão. Tenho saudades daquilo que poderia ter sido, mas não foi...

Enquanto houver saudade,
Há um pouco de vontade
De estar ali outra vez.

Outra vez, o seu cheiro.
Outra vez, a sua pele.
Outra vez, o seu gosto.
Outra vez, seus mistérios.
Outra vez, seus encantos


Cena 12 – COREOGRAFIA – Música – “Swalufu”

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