Chegamos na balada, curtimos um ao outro, rimos, bebemos, paqueramos, fim de madrugada, inicio do amanhecer, deveria ser umas 05h15, se não pra mais. " Sil vou ali, no bar pegar uma bebida, já volto". Ao parar no balcão sinto o efervecer de uma alegria que a tempo não sentia, pego a bebida e ao retornar pra pista de dança sou puxado pelo braço e escuto... " Nossa adoro samba, vou desfilar na Rosas de Ouro!" Meu olhar rapidamente corre para o meu peito onde estava a palavra SAMBA, fixada em minha camiseta branca, naquele exato momento me pergunto... "Como pode enxergar SAMBA num ambiente tão escuro com um escrito tão embaralhado?" Ainda com os olhos serrados, fixos na camiseta, respondo... " Eu também adoro", ao subir os olhos lentamente, me deparo com um olhar docil que brilhava como o de uma criança, senti algo que a tempo não sentia, será este sentimento que chamamos de paixão? Mãos tremulas, calafrio na espinha, boca quente, conversa ao pé do ouvido, assim começamos, sinto a respiração, o batimento cardíaco da outra, o meu se fundiu em meu corpo, na alma, sei lá... se naquele momento minha alma estava lá, mas digo uma coisa, ou melhor não digo nada... INEXPLICAVEL o que eu sentia, ao conversarmos nossas peles se tocam, vontade desta boca, penso, até que em um determinado tempo bocas se tocam com fome de desejo, ao fundo ouve-se a musica Broken hearted girl remixada, olhos fechados sensação de voar que esta musica me dá quando escuto, eu digo ao pé de ouvido da outra, "então voe" deixe-se por levar, sinta, escuto ao pé de ouvido.
06h00 Amanheceu, saimos da balada e tinhamos que nos separar, vontade de irmos juntos e dormir como se nos vissemos e conhecessemos a muito tempo. "Ainda vou levar meus pais na casa de minha avó", a outra falou, "mas louco pra voltar e estar ao seu lado novamente" , tchau.
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