domingo, 3 de abril de 2011

Velório




Quando tudo isso acabar, sei que vou sorrir, coração voltará a pulsar vermelho de paixão.
Estrada, ônibus, marginal pinheiros, carros, árvores, prédios, pensamento viaja entre nuvens e céu.
Onde andas? Pessoa que ficou somente na lembrança. Palco preenchido, mas eu... extremamente vazio. Opera, proclamo á Deus e Oxum, de Pai nosso á Ave Maria; acredito que nossa virgem Maria atenderá minhas súplicas, pois é mãe; nenhuma desampara seu filho no momento em que ele mais precisa.
Aplausos; recebo como se fossem para mim, VITÓRIA. Luzes se apagam, corredores, procuro algo, cada degrau que piso busco força, digo pra mim mesmo... "vai que você consegue, o amadurecimento dói mas verás que valerá a pena".
Camarim, reflexão, ritual, espelho, fixo o olhar, cara a cara... este não sou eu.
Vou tirando lentamente cada parte de meu figurino como se cada parte fosse a dor que me consome, ansiedade que me acompanha; neste momento penso que deveria ser assim, arranca coloca no cabide e fica lá, pendurado... mas a vida pede de outro jeito.
Espelho me encara, soco no meio do peito, é esta a sensação. Saída, me deparo com alguém, olhar doce, carinho, colo, risos, mão, coração.
Luzes se apagam, desço cada degrau.

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